Os destaques da SPFW N44

quinta-feira, agosto 31, 2017

Desfile Lilly Sarti - SPFW N44. Foto: Marcelo Soubhia | Agência Fotosite
Entre os dias 27 e 31 de agosto São Paulo respirou moda com mais uma edição da São Paulo Fashion Week (SPFW N44). O evento, que ocorreu em partes na Fundação Bienal, foi muito além da passarela e aconteceu também em outras locações da capital paulista como o Theatro Municipal, Palácio Tangará, dentre outros. Nessa edição, a maior semana de moda da América Latina resgatou a campanha "Amo Moda Amo Brasil", lançada ainda antes da Copa de 2014, que reitera a crença na moda brasileira e no potencial criativo dos profissionais da área. Ao todo, 35 renomadas marcas subiram na passarela. Veja os destaques da temporada para o Verão 2018.

A La Garçonne
A marca de Alexandre Herchcovitch e Fábio Souza desfilou excepcionalmente no sábado, dia 26, devido ao horário da locação. Na passarela um forte mix de streetwear com alfaiataria - muito presente no DNA da marca - além das transparências e das rendas, que também ganharam muito destaque. Além do preto, o laranja promete iluminar os dias de verão.

Água de Coco por Liana Thomaz
Inspirada na paradisíaca Bali, na Indonésia, a Coleção Verão 2018 traz em sua cartela de cores a exuberância do local, traduzido em tons de verde, amarelo, além das estampas que remetem o lifestyle da ilha. O destaque também ficou por conta do lurex, material muito utilizado nas peças e que será brilho certo na próxima estação.

Amir Slama
Um verdadeiro flerte entre lingerie e moda praia foi o que revelou a coleção de Amir Slama, totalmente inspirada na década de 50, em um viagem no tempo com referências que lembram as vedetes. As cores branca e vermelha tomaram conta da passarela em sedas fluídas e esvoaçantes que criam desejo só no olhar.

Giuliana Romanno
O ar clean tomou conta da passarela de Giuliana Romanno com looks all white e tons super neutros. Esta foi a primeira vez que a estilista não usou preto em sua coleção. Destaque para as tramas de palha aplicada às peças e teve até um cropped todo em palha. A estampa vichy em versão transparente também roubou a cena. Leveza é a palavra-chave da coleção.

Glória Coelho
Aaaah, a Glória Coelho... Sou fã! E agora ainda mais, após ela abraçou a diversidade em sua coleção. A estilista questionou os padrões e evolveu amigas, clientes, celebridades e influencers em seu desfile, que aconteceu no Hotel Unique, com o objetivo de mostrar que a moda não tem idade e que ela é feita para todos. A coleção teve inspiração na Inglaterra, a partir da Série "The Crown", em que Glória buscou interpretar a beleza britânica em looks com muito romantismo e sofisticação em alfaiataria, que é o que ela faz e muito bem. As cores preto e navy foram as predominantes. Fizeram parte do seu casting as bloggers Camila Coelho e Julia Petit.

LAB
E por falar em diversidade, a LAB mais uma vez deu voz à rua, e a coleção intitulada Avuá, que faz uma reflexão sobre o futuro, provou que é feita para todos os tipos de corpos. O streetwear compõe o DNA da marca em looks com camisetas, calças e jaquetas. Os tecidos são leves e confortáveis, para usar no dia a dia mesmo. Destaque para os bodys e as transparências.

Ronaldo Fraga
Só pra continuar a chuva de diversidade, eu escolhi falar agora sobre o desfile do incrível Ronaldo Fraga. O estilista fez a sua estreia no universo do beachwear, licenciada pela marca catarinense Silvia Schaeffer, e se inspirou na estética da década de 20. A viagem ao tempo de quase 100 anos atrás resgatou a delicadeza, e na passarela teve espaço para todo mundo. Velhos e jovens, gordos e magros.

Lenny Niemeyer
Ainda no universo da praia, que por sinal foi fortíssimo na edição N44, Lenny Niemeyer trouxe uma coleção que homenageou a força feminina. As geometrias presentes nas peças revelam a inspiração no misticismo, que fazem referência às artistas plásticas Hilma af Klint e Emma Kunz.

Osklen
O branco dominou a passarela da Osklen, isso porque a marca inspirou-se nas obras de Tarsila do Amaral para a coleção. No lugar das cores, o papel branco que significa a partida para a arte, foi o que tomou conta das primeiras peças. Além do all white teve também as riscas de giz e, no final, as estampas da artista.

Vitorino Campos
Desta vez, Vitorino Campos não fez desfile, só uma apresentação em sua loja Pair, no Jardins. A coleção que conta somente com peças brancas teve um diferencial: O estilista disponibilizou o molde de 7 peças para download no site da marca! Impossível não se apaixonar pela alfaiataria e pelos shapes

Pat Bo
A estilista Patrícia Bonaldi levou a sua marca para um passeio à praia, em clima de resort, mas com a mesma elegância e sofisticação que são características genuínas da PatBo. 

Lino Villaventura
Lino Villaventura tem a incrível capacidade de imprimir a sua paixão pelo que faz em suas peças, que são únicas e estão longe de fazer alguma referencia às tendências. Na passarela looks em preto e com texturas marcantes diviram espaço com looks leves, em tons claros, com bordaos e tecidos fluídos. 

Paula Raia
Rosa foi o tom escolhido para a coleção de Paula Raia que teve por objetivo celebrar o sagrado feminino. A apresentação poética contou com um cenário especial decorado com cristais e sal rosa do Himalaia. As modelos fizeram uma performance de dança.

Uma Raquel Davidowicz
A estilista trouxe uma coleção inspirada em uma exposição do artista Cy Twombly, em Paris. O resultado foi muitas peças brancas, uma leve aventura pelo beachwear e o destaque ficou por conta dos galhos que arremataram o hairstyle das modelos.

Juliana Jabour
Uma coleção essencialmente urbana e conectada aos anseios do seu público jovem e cosmopolita, assim se define o verão 2018 de Juliana Jabour. Destaque para os elementos esportivos, mangas super volumosas, golas vitorianas, babados e transparências em georgette e também em tule. Na ocasião, Juliana desfilou 10 peças da sua coleção cápsula para a Lez a Lez, marca daqui de SC que ela assume a direção criativa.

O que vocês acharam dos desfiles? Infelizmente não pude falar sobre todos, pois o post ficaria maçante, mas na minha opinião foram estes os que se destacaram. Finalmente, cada vez mais estilistas estão reconhecendo que os padrões devem ser quebrados, e a diversidade (tanto de idade quanto de cor) está cada vez mais se abrindo neste universo. Acho que esta edição provou, sim, que a moda brasileira é criativa. Só resta nós, brasileiros, valorizarmos os nossos profissionais e o nosso potencial.

Na próxima edição eu vou pessoalmente conferir tudo de perto.
Até a próxima SPFW, beijos!

Crédito das Fotos: Marcelo Soubhia | Agência Fotosite

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